Sem uma diretoria nominada e eleita
Na hotelaria até hoje, Francisco de Paula Vaz, sente muito orgulho em ter contribuído na construção da história da entidade. Muito atuante e representante de um dos ícones da hotelaria da capital na época, o Hotel Querência, sentiu a necessidade de buscar a maior união dos hoteleiros para ver as potencialidades da Ilha da magia e também do Estado ganharem os olhos do mundo. Por aqui o turismo já era grande, mas longe de ter a estrutura adequada que um destino deve possuir.
Em entrevista, Vaz afirmou que também não possuía registro dos primeiros anos de sua gestão, mas garantiu que assumiu a diretoria da entidade por acreditar que poderia fazer mais pela classe. “Santa Catarina estava sendo conhecida pela divulgação turística de Balneário Camboriú que, neste período contava com uma infraestrutura invejável, apoio político local e união do setor”, afirmou o Francisco.
Justamente na década de 70, quando o Brasil despertava para o turismo, Balneário Camboriú já despontava como um dos principais destinos da região sul. Lugar este que permanece até os dias de hoje, sendo a cidade catarinense que mais recebe turistas durante o ano. Eram 34 hotéis em funcionamento e mais cinco sendo construídos com padrão internacional, restaurantes, boates, cinerama, boliche e um comércio diversificado. Era preciso trazer estes empresários para dentro da ABIH e junto com empresários de outras regiões, cobrar ações mais concretas dos governantes do estado.
Naquela época, como gerente do empreendimento, cedeu uma sala para que a entidade pudesse ter sua primeira sede fixa. Uma secretária foi contratada e ações foram realizadas para buscar representantes da entidade em todo estado. Anos mais tarde a sede passou a operar junto ao Sindicato de Hotéis e Restaurante até 1987 quando foi adquirida sua primeira sede própria.
A primeira grande ação social da ABIH aconteceu na grande enchente de Blumenau. Um telex foi encaminhado a cada aos colegas do eixo Rio-São Paulo, bem como, aos demais hotéis do estado solicitando doações de cama, banho, louças, enfim, todos artigos que pudessem ser doados para amenizar a dor das famílias daquela região. Na instrução solicitava que o material fosse encaminhado para a TransBrasil. “Enviamos o telex na sexta e na segunda-feira eu fui na TransBrasil mostrar pra eles e pedir para receber o material e armazenar para que pudéssemos levar até o município. Pra minha surpresa já estavam lá algumas doações e também começaram respostas positivas, confirmando inúmeras doações para a causa”, afirma Vaz. A adesão foi tanta que não apenas um, mas vários caminhões foram enviados com donativos para Blumenau e também para Balneário Camboriú, onde estavam abrigadas centenas de pessoas no ginásio de esportes.
As grandes redes internacionais começaram a chegar, os investimentos no setor começaram a aumentar, os incentivos fiscais e as linhas de crédito ganharam um aporte maior. O turismo começava a crescer cada vez mais e, com isso, ganhava a atenção dos governantes. O estado começava a reconhecer sua vocação turística e Florianópolis ganhava sua segunda ponte, a Colombo Salles, concluída em 1975.
A ABIH Santa Catarina chegava aos seus primeiros 10 anos de vida. Francisco acreditava que tinha concluído seu trabalho à frente da entidade e transferiu para Ony de Carvalho. Mais fortalecida, reconhecida e com atuação em todo Estado a entidade teria agora um novo governante.
