29.abr.22 | Por: ABIH-SC

O cenário turístico da capital volta a realizar eventos e a previsão é aumento no número de visitantes ao longo do ano

Maratona Cultural no centro da cidade(Foto: Leandro Amaral_PMF)

A segunda metade do século XX marcou Florianópolis como um polo turístico. A cidade garantiu essa visibilidade, fomentando a economia local, já que receber turistas significava utilizar os serviços prestados e o dinheiro circulando no comércio e no setor de serviços. No início dos anos 2000, toda visibilidade proporcionou a realização de vários eventos, atraindo turistas nacionais e internacionais.

Com o aumento da circulação de pessoas, foi necessário melhorar a infraestrutura em todos os sentidos: das estradas ao setor de hotelaria. Neste período, também, foram criadas instituições para prestar auxílio para as empresas na realização de eventos.

Apesar da crescente, o setor de realização de eventos sofreu um baque em 2020, com o início da pandemia e a pausa por tempo indeterminado dos eventos presenciais. O Superintendente de Turismo de Florianópolis explica que é importante essa retomada, principalmente pela geração de renda.

— Depois de quase dois anos muito difíceis, a área de eventos tem voltado a respirar. Os eventos são muito importantes para a economia da cidade. Cada evento contrata fornecedores, que são, em sua totalidade ou maioria, locais. Os participantes gastam dinheiro aqui com meios de hospedagem, no transporte, no entretenimento, na alimentação e no comércio. Evento gera trabalho e renda — enaltece.

Economia em alta na baixa temporada

Turistas costumam frequentar Florianópolis, principalmente, na alta temporada, ou seja, durante os períodos de final e início de ano. Os eventos, no entanto, acontecem durante todo o ano, o que auxilia na movimentação e traz novos visitantes, refletindo na economia da cidade.

— Os eventos movimentam centenas de milhões de reais ao ano em Florianópolis. Os eventos em que os participantes são de fora da cidade, eventos turísticos trazem uma movimentação importante em termos econômicos, com um destaque especial para os técnico-científicos, corporativos e culturais: eles são, em sua grande maioria, realizados fora da alta temporada, o que ajuda na diminuição da sazonalidade — explica a pasta de turismo da cidade.

A retomada dos eventos presenciais teve impacto no esporte, com a realização do Ironman 70.3, que envolve natação em mar aberto, ciclismo e corrida. Mais de 1.700 competidores participaram e movimentaram a Ilha. As pessoas que competem, muitas vezes, chegam à Capital com a família, acompanhantes, além de quem vem apenas para prestigiar. Isso reflete nos setores econômicos, como hotelaria. Dados da Prefeitura de Florianópolis apontam que hotéis do norte da ilha estavam com mais de 90% de ocupação e no centro, eram mais de 70% de reservas.

No calendário de eventos de inovação que são realizados na Capital, o RD Summit, considerado o maior evento de Marketing e Vendas da América Latina pela Forbes, já se tornou tradicional. Anualmente, em agosto, a Capital também recebe o Floripa Conecta, um hub de eventos do setor. O primeiro, realizado em 2019, mobilizou, segundo dados da Associação Catarinense de Tecnologia, mais de 120 mil pessoas e gerou uma receita de R$100 milhões.

Impacto nos setores de serviço

Grandes, médios e até pequenos eventos geram impactos, principalmente, para o setor de serviços. Existe a receita gerada pelos meios de hospedagem, restaurantes, transportes e o lazer. Além de todo o investimento necessário para a melhora da infraestrutura urbana com o intuito de receber as pessoas.

A Superintendência de Turismo relata que todo o processo de montagem dos eventos deve ser levado em consideração, e quando esses serviços são contratados localmente, geram receita. É uma demanda de trabalho e tempo para organizar tudo.

— É preciso conferir, também, a infraestrutura que estará disponível para sediar outros eventos, a revitalização de áreas degradadas, a criação de arenas esportivas que servirão para a cidade após o evento, a capacitação dos trabalhadores, a geração de emprego e trabalho, a movimentação econômica em setores correlatos, que envolvem publicidade, gráfica, alimentação, entre outros. E no caso de eventos esportivos, o incentivo à prática de esportes pela população — relata.

Além desses pontos, existem os setores que são impactados de forma indireta pela realização desses eventos, já que a melhoria da infraestrutura, melhora a qualidade de vida da população.

Mantendo viva as tradições

Mais do que fomentar a economia, a vinda de turistas para Florianópolis proporciona, também, a oportunidade de demonstrar a cultura da cidade para os que ainda não conhecem. A união da cultura e do turismo, explica o Superintendente, é uma forma de manter as tradições locais vivas.

— A Prefeitura tem fomentado eventos culturais por toda a cidade. Além de catalisar a inserção de manifestações culturais em eventos nos quais tenhamos a presença de turistas. Isso se manifesta por meio da gastronomia, com destaque para a ostra e a tainha, e a presença cada vez mais forte de características relacionadas à pesca.

Outras culturas também entram em voga e geram conhecimento. O boi de mamão, as bruxas e as áreas mais contemporâneas, como a arte urbana e a tecnologia, são setores que se destacam na cultura de Florianópolis, impactando as pessoas que visitam.

Fonte: NSC Total

compartilhe:

PUBLICAÇÕES SEMELHANTES