O setor hoteleiro brasileiro formula suas expectativas para 2025 que se inicia amanhã. Não obstante cenários de incertezas no âmbito econômico, cambial e tributário do país (em especial a iminente expectativa do fim do PERSE), as perspectivas atuais revelam tendência de crescimento moderado em relação a 2024 e significativo incremento de inovações nas operações hoteleiras.
Inovação tecnológica: A hotelaria deve prosseguir investindo em tecnologias que melhorem o planejamento, gestão e a experiência do cliente sem as quais não se tornará possível atingir aumentos substanciais de resultados.
Personalização: A I.A estará cada dia mais presente também na hotelaria, se tornando determinante na oferta de serviços cada vez mais personalizados aos hóspedes.
Sustentabilidade: Os hotéis buscarão formas de tornarem-se mais sustentáveis aos olhos de seus colaboradores e dos clientes, adequando-se às necessidades impostas pelas crescentes normativas ambientais e de governança corporativa que implicam em menos emissões de CO2, redução ou banimento de plásticos, uso de produtos recicláveis etc.
Silent travel: Esta tendência já em curso ganhará mais força, com destinos e acomodações que priorizem a redução de ruídos e a leque de opções focadas no descanso, relaxamento, contemplação e desconexão das rotinas atribuladas dos viajantes. A procura por programas de sono em hotéis de lazer e resorts de luxo seguirá crescendo daqui em diante.
Microaventuras e escapadas: O viajante moderno estará cada vez mais interessado em microaventuras e escapadas curtas incluindo nestas opções a busca por “Day Use”, “One-Day Spa’s” entre outros.
Bleisure: A união entre trabalho e lazer durante a hospedagem ainda persistirá apesar do fim gradual do trabalho remoto e empresas voltando aos poucos a priorizar o trabalho presencial ou híbrido.
Destinos alternativos: O viajante moderno seguirá interessado em descobrir destinos alternativos e rotas de passeios e programas diferentes dos lugares comuns. O turismo gastronômico e cultural ganhará relevância e devem fazer parte das estratégias de fomento na atração dos destinos.
O ano que se encerra hoje aponta um aumento no RevPar (Receita por Quarto Disponível) acima da inflação do período projetada em 4,71%, impulsionado principalmente pelo crescimento substancial das diárias cobradas nos hotéis que cresceram 11,8% em 2024 comparado com 2023. Para 2025, a expectativa é de que esse crescimento seja menor atingindo cerca de 7%, uma ligeira desaceleração comparada a 2024
Com o aumento do câmbio do dólar o turismo doméstico de lazer e eventos corporativos em hotéis de lazer e resorts seguirão aquecidos, enquanto o segmento negócios deverá ter uma leve desaceleração em função dos valores das passagens aéreas e outros custos agregados.
Hotéis urbanos, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte seguem otimistas com suas projeções para o novo ano
Na hotelaria por sua vez, os investimentos em marketing e inovação serão determinantes em 2025. Muitos hotéis carecem de um plano de marketing bem elaborado e robusto, limitando assim seu potencial de crescimento
O aumento de receitas secundárias dos hotéis e a melhoria de processos operacionais ano após ano são elencados como prioridades para auxiliarem na superação das metas. No entanto, existe um “gap” histórico e permanente na execução desses planos. Muitos hotéis não disponibilizam os recursos necessários para enfrentar esses gargalos. Investimentos em treinamentos, sustentabilidade (ESG) e tecnologias de análise de mercado precisam ganhar relevância, portanto se tornando fatores decisivos para os bons resultados do ano que se inicia agora
Com uma expectativa de crescimento moderado para 2025 sujeito a oscilações por fatores não gerenciáveis exógenos em especial pelo cenário de incertezas econômicas, o planejamento orçamentário proposto deverá ser uma ferramenta dinâmica para o ajuste de metas projetadas conforme o transcurso do ano garantindo a saúde do negócio e a tranquilidade de investidores dos condohotéis, proprietários de hotéis e acionistas das redes hoteleiras em geral.
Ao implementar boas práticas, comunicação interna e externa rápida, eficaz e transparente, boa política de retenção e atração de talentos e gestão “hands on” (mão na massa) de seus gestores, os hotéis estarão mais preparados para enfrentar as pressões crescentes provocadas pelo aumento de gastos, eventual arrefecimento de demanda, entrada de novos “players” no mercado incluindo o crescimento das plataformas de venda de hospedagens em imóveis particulares (AirBnb etc) e a esperada movimentação de mudanças de bandeiras de hotéis em várias cidades importantes do país após findo o benefício da renúncia fiscal do PERSE e oportunidades geradas por novos modelos de gestão propostos incluindo: Gestão compartilhada, “soft brands”, uso de marca, franquias e menor rigidez de contratos de administração tradicionais.
“O passado não define o futuro. A visão empresarial e a conduta de gestão definem a performance de hoje em diante”
Fonte: Turismo.UAI
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