26.mar.20 | Por: ABIH-SC

Pequenos negócios do setor do Turismo já sofrem com quarentena do Coronavírus

Confira a matéria divulgada no portal do Sebrae-SC falando sobre os impactos da quarentena da COVID-19 nos pequenos negócios do turismo, setor que contribuiu com US$ 151,2 bilhões para o PIB em 2018. Entre os entrevistados, Carla Costa, diretora da ABIH-SC, que possui um empreendimento na área gastronômica, em Florianópolis.

Os negócios que trabalham com turismo vêm sendo um dos mais atingidos pelos efeitos da pandemia do coronavírus, em especial, as pequenas empresas. Segundo dados do World Travel (WTTC), entidade mundial de viagens e turismo, em 2018, o turismo contribuiu com US$ 152,5 bilhões para o Produto Interno Bruto (8,1% do total). Ao todo, o segmento gerou 6,9 milhões de empregos. O levantamento ainda detalha que 99% dessa cadeia é composta por pequenas empresas. Elas representam 1,9 milhões de empreendimentos, divididos entre diferentes atividades, como agências de turismo, hotéis e pousadas, transporte, atrativos, eventos e até bares e restaurantes.

Germana Magalhães, coordenadora de Turismo do Sebrae, orienta que os empresários devem planejar como será a administração do negócio durante a paralisação; estruturar canais de atendimento com o cliente visando a negociação das reservas  que possam ser utilizadas futuramente, seja remarcando ou gerando créditos, além de dar respostas e soluções rápidas a clientes e fornecedores.

“É essencial que a política de cancelamento seja flexibilizada ao máximo para que essa reserva seja remarcada, evitando o cancelamento e o reembolso. Em um momento como esse, reservas futuras podem garantir o fluxo de caixa mínimo”, orienta. Depois que todas as medidas emergenciais e de adaptações estiverem em curso, é importante o empresário começar a planejar iniciativas para a retomada da normalidade, explica a coordenadora do Sebrae.

Carla Costa é empresária de Florianópolis e está ligada diretamente ao ramo. Além de ser dona de um restaurante e um café, ela tem uma fazenda marinha de ostras e unidade de beneficiamento de pequeno porte. Com o auxílio do Sebrae, a empresa desenvolveu um serviço de visita de turistas que iam até a fazenda de ostras, e na volta, comiam no restaurante. A empresária conta que começou o ano muito bem, com a alta temporada durante o verão, e estava com boas perspectivas até abril, por conta da Páscoa, período em que recebe muitos turistas vindos do Uruguai e Argentina.

Com a realidade da pandemia o fluxo de clientes caiu, e como consequência, a equipe já sofreu cortes. Carla teve que dispensar 10 de seus empegados, ficando com uma equipe de 30 pessoas. Para diminuir os impactos, ela resolveu aproveitar a estrutura do restaurante, mas mudou a estratégia de atuação. “Observei meu inventário e a demanda da região. Optei em vender porções congeladas, coisa que eu já tinha. Fiz a divulgação online para a venda. Depois, observei que na minha região havia uma carência de boas pizzarias, e por conta da minha cozinha bem equipada, aproveitei a oportunidade”, explicou a empresária.

O que pode ser feito no período de paralização das atividades:

  • Transfira o que for possível das atividades com sua equipe, fornecedores e clientes por canais a distância/ virtuais.
  • Comunique em todos os canais as medidas que a empresa está tomando relacionadas à política de cancelamento. Aproveite esse momento para demonstrar os serviços futuros.

Planeje como irá administrar sua empresa nesse momento de paralização.

  • Analise quais contratos podem ser negociados para depois, converse com os fornecedores.
  • Isole ambientes que ficaram parados durante este período.
  • Acompanhe e planeje o fluxo de caixa.

Fique atento às medidas econômicas do governo e bancos quanto ao apoio aos pequenos negócios e ao setor de turismo.

  • Converse com seus agentes financeiros sobre linhas de créditos e flexibilização de pagamentos de empréstimos

Depois que todas as medidas emergenciais e de adaptação estiverem em curso, comece a pensar na sua retomada.

  • Mantenha-se ou se insira na governança do seu destino, esse é o momento de se unir e trocar boas praticas.
  • Use o momento para refletir sobre o seu negócio, veja como ele está posicionado. Se reorganize para, quando essa fase passar, a empresa retorne mais fortalecida.
  • Pense em uma campanha de marketing associada ao destino no qual está inserido.
  • Avalie novos canais de comercialização e mantenha ainda mais forte o que a empresa já tem.
  • Crie conteúdos que demonstrem a experiência futura que o cliente terá, sempre deixando a mensagem que no momento ele precisa ficar em casa, mas que em breve o seu serviço ou produto estará ainda melhor pra recebê-lo.

Fonte: SEBRAE-SC

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